Diário de Luiz Felipe

por  LUIZ FELIPE BRASIL SANTOS

4º. dia - 11/09/2000 - segunda-feira - PUENTE LA REINA


Saí de PAMPLONA, às 6 h. 25 min., junto com o Luiz Carlos ("Ceará") . Noite escura. Atravessamos a cidade. Na saída, em razão da escuridão, não vimos uma seta que indicava desvio e percorremos (entre ida e volta) cerca de 2 quilômetros desnecessariamente. Logo passamos por Cizur Menor.

Iniciamos a travessia do Alto Del Perdon. Trecho muito difícil. Luiz Carlos está com pressa, pois tem data marcada para chegar, e seu tempo é curto. Caminha muito rápido. Nos separamos na subida. Chego ao PERDON quando ele já passou por lá. O local é muito interessante. Cataventos que capturam energia eólica e uma vista muito bonita, de 360o. . Fico lá alguns minutos. Não muitos, pois estou bastante suado e venta muito.

Não sei se a subida é mais difícil, porque a descida, bastante extensa (cerca de 2 km), é uma ladeira forte cheia de pedras soltas. Por certo mais perigosa do que a subida é . Caminho sozinho até UTERGA, final da descida, onde tem uma casa na qual servem "bocadillos" e vinho. Há vários peregrinos por ali, inclusive, é claro, brasileiros. Retomo contato com o grupo e continuo com mais quatro (duas brasileiras, um espanhol e uma espanhola) . Seguimos juntos até a igreja templária de Eunate, que se situa em meio a um descampado. Chegando lá, há um ônibus de excursão da 3a. idade estacionado. Parecem bastante curiosos conosco. Abano para eles e todos correspondem. Chegamos à igreja, que está fechada. Logo em seguida, entretanto, chega uma moradora das proximidades, que tem a chave e a abre. É um templo bastante singelo e pequeno, mas transmite uma força que impressiona. Está isolado no meio do campo. Entramos. Estou sentado, quando ouço um coral iniciar um canto religioso. São os franceses. Isso confere uma nota transcendental ao momento. Faço fotografias. Os jovens franceses, com quem já encontrei várias vezes, pedem que lhes escreva uma mensagem em sua credencial de peregrino. Atendo. O dono do passaporte chama-se MATHIEU, é médico recém formado, e está acompanhado de duas garotas de aproximadamente 20 anos. Fico ainda alguns minutos no local. Após, sigo com o mesmo grupo com que cheguei. PUENTE LA REINA está a cerca de 5/6 km , mas o calor faz com que a distância pareça dobrada (são 13/14 horas e faz seguramente mais de 30 graus).

Visão do interior de um albergue em Puente La Reina


Finalmente, depois de uma outra subida forte e uma descida, chegamos a PUENTE LA REINA. Hospedo-me em um albergue particular que funciona em um hotel ( 1.200 pesetas) . Lavo a roupa em máquinas. Ameaça chover. Venta. Começa a chover quando estou já na rua, em busca de comida. Volto para o albergue. Espero a chuva parar. Saio novamente e encontro o trio de companheiros : Luiz Carlos ("Ceará"), Ricardo e Márcio. Vamos jantar juntos. Tomamos bastante vinho. Voltei ao albergue cedo, pois o acesso só é possível até às 21 h. 30 min.

E tem mais:

E tem muito mais ainda...